Sino dos ventos
domingo, 22 de julho de 2012
Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a atingir a iluminação; e ele respondeu: "Um cachorro". Os discípulos surpresos quiseram saber o que havia acontecido.
O mestre contou: "Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma poça d'água. Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida. O cachorro fez cara de assustado e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo e a imagem o arremedou. Então, ele fugiu de medo e ficou observando, durante longo tempo, a água.
Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente. Em um dado momento, a sede era tanta, que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede.
Desde então, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com imagens que eu ficava projetando nos outros". Esse é o ingrediente básico para o amor, o autoconhecimento. Projetar nossos desejos ou nossas "fobias" no outro, apenas causa uma relação de dependência com o desenvolvimento do ciúme ou competição.
Lady Igraine®
(Pintura - Narciso de Michelangelo Caravaggio)
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